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Foto do escritorShophia Janczukowic

Cia Estável de Teatro homenageia Vladimir Herzog


A Cia Estável de Teatro estreia o espetáculo Patética, de João Ribeiro Chaves Neto, nos dias 17 e 18 de junho, às 17h, no Teatro Flávio Império, em Cangaíba, zona leste de São Paulo.


Foto por: Jonatas Marques

Depois, o espetáculo faz duas semanas de apresentação, de 23 de junho a 2 de julho, no Arsenal da Esperança, casa de acolhida para homens em situação de rua localizado no Brás; em seguida uma curta temporada de 6 a 22 de julho, na Oficina Cultural Oswald Andrade; e retorna ao Teatro Flávio Império para mais três sessões nos dias 28, 29, e 30 de julho.

Escrito em 1976, a peça reflete sobre as circunstâncias e o assassinato do jornalista e dramaturgo Vladimir Herzog, morto nos porões do DOI-Codi, em outubro de 1975. O texto foi escrito um ano depois do seu falecimento, por seu cunhado e, também dramaturgo, João Ribeiro Chaves Neto.

Com direção de Nei Gomes, a montagem usa o metateatro para mostrar uma trupe de artistas circenses que apresenta pela primeira e última vez a história de Glauco Horowitz. A peça conta a vida de Herzog desde a imigração dos pais para o Brasil, passando pela militância, prisão, depoimentos no DOI-Codi, até a morte e a luta da família para provar que ele não cometeu suicídio, mas foi assassinado. Ao discutir a censura, a própria peça é proibida e o circo é fechado. Além de se constituir numa denúncia da tortura no Brasil, a peça dialoga com questões estéticas da dramaturgia contemporânea. Teve uma trajetória conturbada durante a ditadura militar: o texto foi premiado, a premiação suspensa, foi confiscado, depois vetado, só liberado em 1979, e não pôde usufruir dos prêmios (do valor em dinheiro, da montagem do espetáculo nem da publicação do texto).


Foto por: Jonatas Marques

A Cia Estável inseriu parte da obra no espetáculo Flávio Império, Uma Celebração da Vida (montagem de 2002, com direção de Renata Zhaneta) por ter sido um espetáculo para o qual Flávio Império fez os cenários e figurinos da montagem dirigida por Celso Nunes, em 1980. Na época, marcou o retorno do cenógrafo após muitos anos afastado das criações teatrais. Patética converge com a pesquisa estética e o posicionamento politico da Companhia Estável, desde as relações do modo de organização circense até os processos vivenciados pela modificação do espaço urbano ocasionados por interesses políticos. O primeiro projeto do grupo, Amigos Da Multidão, foi realizado no Teatro Flávio Império em Cangaíba, zona leste de São Paulo, onde a trupe desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças de seu repertório. Também nesse projeto nasceu o espetáculo O Auto Do Circo (2004), de Luis Alberto de Abreu e direção de Renata Zhaneta. Serviço:

PATÉTICA. Classificação etária: 10 anos. Ingressos: Grátis.

TEATRO FLÁVIO IMPÉRIO - R. Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba. Telefone - 2621 2719. Dias 17 e 18 de junho - Sábado e domingo às 17h – Na parte externa do teatro. Dias 28, 29 e 30 de Julho – Sexta-feira e sábado, às 20h. Domingo, às 19h – Dentro do teatro. Capacidade: 80 Lugares. Estacionamento: Grátis. Acessibilidade: Sim. ARSENAL DA ESPERANÇA - R. Dr. Almeida Lima, 900 – Mooca. Telefone - 2292-0977. De 23 de junho a 2 de julho – Sextas-feiras, sábados e domingos, às 20h. Capacidade: 80 Lugares. Estacionamento: Não. Acessibilidade: Sim. OFICINA CULTURAL OSWALD ANDRADE - Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro (próximo a estação Tiradentes do metrô). Informações (11) 3221-4704. De 6 a 22 de julho – Quintas-feiras e sextas-feiras às 20h. Sábados às 18h. Capacidade: 50 Lugares. Estacionamento: Não. Acessibilidade: Sim.

Fonte:Adriana Balsanelli

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